segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O NASCIMENTO DA REDE MUNDIAL DE COMPUTADORES E DA CIBERCULTURA

Quando surgiu em 1969 nos Estados Unidos e chamava-se ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency), a Internet era uma rede do Departamento de Defesa norte-americano cuja função era interligar laboratórios de pesquisa. (BOJO, 2000).

O conceito Internet surgiu a partir do momento que, no auge da guerra fria, os cientistas queriam uma rede que continuasse em funcionamento mesmo no caso de bombardeios. Ou seja, uma rede em que todos os pontos se equivalessem sem que existisse um comando central. Isso significa que mesmo diante da destruição de determinados computadores, a rede continuaria funcionando e, como podemos observar atualmente, é desta forma que a internet funciona. Hoje a Internet é um conjunto de mais de milhares de redes no mundo inteiro tendo em comum o protocolo TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol). O termo Internet surgiu muitos anos depois, a partir do momento que a tecnologia da ARPAnet passou a ser utilizada com o objetivo de conectar universidades e laboratórios. No início, essa prática se deu nos Estados Unidos e posteriormente se espalhou por outros países (BOJO, 2000).

Sua forma atual usa o protocolo TCP/IP, utilizado por dois computadores para trocar informações. Mesmo entre máquinas de tipos diferentes (Pcs, Macs), é possível esta troca, pois são capazes de efetuar o mesmo tipo de comunicação. As redes propiciavam que as mensagens fossem enviadas e divididas em partes, os pacotes, que seguiriam caminhos decididos ao longo do próprio percurso por determinados computadores conhecidos como roteadores. Ao chegar ao destino, a mensagem era reconstruída (BOJO, 2000).

Atualmente e cada vez mais, a Internet é um importante meio de dinamizar a comunicação, a integração social e a globalização.

A Internet é organizada na forma de uma malha, uma imensa rede de computadores sem um poder central. Para enviar mensagens ou visitar sites, é necessário utilizar um computador com acesso à Internet. Este computador local será conectado a uma máquina com grande poder de processamento e conexões velozes, conhecida como servidor. Estes gerenciadores de comunicação (provedores) possibilitam conectar outras cidades, regiões e países, traçando rota até chegar ao destino e podem ser controlados por universidades, empresas, órgãos governamentais etc. (COSTA, 2006, p. 7).

A restrição ao ambiente acadêmico e científico durou duas décadas. O uso comercial foi liberado pela primeira vez apenas em 1987, nos Estados Unidos, mas só em 1992 começou a ter seu uso intensificado devido ao interesse dos novos internautas. A partir de então, começaram a surgir inúmeras empresas provedoras de acesso e milhares de pessoas passaram a armazenar informações na Internet.

Outro fator que contribuiu para a popularização da Internet foi o computador pessoal que passou a ser comercializado em larga escala. Como observamos em Lévy (1999), os computadores deixaram de ser grandes máquinas de calcular, frágeis e isoladas em salas refrigeradas. Serviam apenas para cálculos científicos, às estatísticas dos Estados e das grandes empresas ou a tarefas pesadas de gerenciamento como as folhas de pagamento, por exemplo. Essa mudança de cenário se deu a partir dos anos 70 graças ao desenvolvimento e a comercialização do microprocessador que ocasionou significativos processos econômicos e sociais. Além dos computadores pessoais, ocorreu uma grande mudança na automação da produção industrial. A robótica, máquinas industriais com controles digitais, linhas de produção flexíveis, são exemplos que podemos citar. Vale salientar também que o computador pessoal aos poucos deixou de ser utilizado simplesmente para serviços de processamento de dados das grandes empresas e dos programadores profissionais. Passou, por exemplo, a ser utilizado na criação de textos, imagens, músicas, na organização de bancos de dados, planilhas etc.

De acordo com Lévy (1999, p. 32),

os anos 80 viram o prenúncio do horizonte contemporâneo da multimídia. A informática perdeu, pouco a pouco, seu status de técnica e de setor industrial particular para começar a fundir-se com as telecomunicações, a editoração, o cinema e a televisão. A digitalização penetrou primeiro na produção e gravação de músicas, mas os microprocessadores e as memórias digitais tendiam a tornar-se a infra-estrutura de produção de todo o domínio da comunicação. Novas formas de mensagens “interativas” apareceram: este decênio viu a invasão dos videogames, o triunfo da informática “amigável” (interfaces gráficas e interações sensório-motoras) e o surgimento dos hiperdocumentos (hipertextos, CD-ROM).

Na citação acima, é notório que esse também foi um momento crucial para o surgimento de novas formas de comercialização de produtos e serviços e para disseminação do conhecimento humano. Assim, a internet é utilizada por pessoas de todas as classes sociais e nos mais variados segmentos: negócios, conhecimento, notícias, comércio e entretenimento. É possível encontrar sites e home-pages sobre estes vários segmentos de modo que podemos realizar compras, vender produtos, realizar transações bancárias e uma série de outras coisas que antes só podiam ser feitas no espaço físico das organizações.

Hoje, com um clique, é possível ter acesso a páginas que contêm desde textos a imagens com um alto nível de qualidade visual. A Internet tem como principais vantagens o fato de se utilizar de diversos recursos que todos os outros meios de comunicação utilizam. Permite, por exemplo, ler uma revista, um livro, assistir programas, filmes, vídeos, música. Enfim, é como se todos os outros meios de comunicação estivem reunidos em um único meio. Essa grande interatividade atrai cada vez mais pessoas ao longo do globo, principalmente jovens que passam horas em frente a um computador em relações virtuais assim como se deparam com anúncios de produtos e serviços. Por cobrir praticamente todos os serviços das redes que vão desde a Web aos correios eletrônicos, permite que anunciantes divulguem seus produtos e serviços de ambas as formas.

Ao navegarmos por esse mundo online, percebemos que se trata de uma mídia flexiva. Permite que uma campanha seja rapidamente lançada, atualizada ou cancelada imediatamente, algo que seria impossível quando se trata de outros meios de comunicação como a revista, por exemplo. Ou seja, a rapidez com que tudo acontece na Internet é muito grande. Os sites mais elaborados e que pertencem a grandes empresas e instituições são constantemente atualizados. Quando navegamos pela Internet podemos perceber que a cada instante notícias são veiculadas e as propagandas seguem o mesmo ritmo, ou com atualizações ou com a troca.

Assim, cada vez mais os usuários se sentem atraídos pelas compras através da maior rede mundial de computadores. Os sites empresariais estão disponíveis 24 horas por dia, todos os dias da semana, não importa a distância entre empresas e compradores. Outro fator facilitador de acesso a esse tipo de comercialização é a possibilidade de consulta de qualquer parte. O usuário pode estar em casa, no escritório, na casa de amigos, cibercafé, universidades. Enfim, a disponibilidade é cada vez maior.


Autor: Emmanuel França

Retirado da Monografia: FERRAMENTAS GRÁFICAS: DESAFIOS E POSSIBILIDADES COM VÍDEOS TUTORIAIS

Nenhum comentário:

Postar um comentário