De acordo com Santaella (2001), o fato da
língua ser tida como meio de comunicação e forma de linguagem exclusiva é fruto
de um condicionamento histórico que nos levou a crer que as únicas formas de
conhecimento e de saber capazes de interpretar o mundo são, obrigatoriamente,
veiculadas pela língua, cuja manifestação se dá através da linguagem verbal e
escrita.
Acreditar nisso é limitar-se a interpretações
ínfimas diante de uma realidade que nos traz um maravilhoso número de
significados a serem explorados.
Portanto, quando dizemos linguagem,
queremos nos referir a uma gama incrivelmente intricada de formas sociais de
comunicação e de significação que inclui a linguagem verbal articulada, mas
absorve também, inclusive, a linguagem dos surdos-mudos, o sistema codificado
da moda, da culinária e tantos outros. Enfim:
todos os sistemas de produção de sentido aos quais o desenvolvimento dos meios
de reprodução de linguagem propiciam hoje uma enorme difusão. (SANTAELLA,
2001, p. 12). Grifo nosso.
Segundo essa autora, o campo de investigação
da Semiótica é tão vasto que chega a abranger até mesmo o que chamamos de vida.
Hoje, sabemos que a vida só é possível graças a dois ingredientes fundamentais:
a energia, responsável pelos processos dinâmicos, e a informação, que comanda,
controla, ordena, reproduz e, eventualmente, modifica e adapta o uso da
energia. Ou seja, a vida se deve graças a essa linguagem encontrada no DNA, que
é um compartimento armazenador da informação.
É importante lembrar que com o advento da
Revolução Industrial e com o avanço tecnológico alcançado ao longo do século
passado e que se desenvolve em uma crescente cada vez mais intensa temos
inevitavelmente uma maior difusão dos diversos tipos de linguagem que chegam as
nossas casas com mensagens, muitas vezes filtrados e condicionados por valores
sociais dos proprietários dos meios de produção de linguagens, cuja pretensão é
moldar a nossa forma de agir e de pensar.
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