sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Somos bombardeados por diversos tipos de linguagens




De acordo com Santaella (2001), o fato da língua ser tida como meio de comunicação e forma de linguagem exclusiva é fruto de um condicionamento histórico que nos levou a crer que as únicas formas de conhecimento e de saber capazes de interpretar o mundo são, obrigatoriamente, veiculadas pela língua, cuja manifestação se dá através da linguagem verbal e escrita.
Acreditar nisso é limitar-se a interpretações ínfimas diante de uma realidade que nos traz um maravilhoso número de significados a serem explorados.

Portanto, quando dizemos linguagem, queremos nos referir a uma gama incrivelmente intricada de formas sociais de comunicação e de significação que inclui a linguagem verbal articulada, mas absorve também, inclusive, a linguagem dos surdos-mudos, o sistema codificado da moda, da culinária e tantos outros. Enfim: todos os sistemas de produção de sentido aos quais o desenvolvimento dos meios de reprodução de linguagem propiciam hoje uma enorme difusão. (SANTAELLA, 2001, p. 12). Grifo nosso.

Segundo essa autora, o campo de investigação da Semiótica é tão vasto que chega a abranger até mesmo o que chamamos de vida. Hoje, sabemos que a vida só é possível graças a dois ingredientes fundamentais: a energia, responsável pelos processos dinâmicos, e a informação, que comanda, controla, ordena, reproduz e, eventualmente, modifica e adapta o uso da energia. Ou seja, a vida se deve graças a essa linguagem encontrada no DNA, que é um compartimento armazenador da informação.
É importante lembrar que com o advento da Revolução Industrial e com o avanço tecnológico alcançado ao longo do século passado e que se desenvolve em uma crescente cada vez mais intensa temos inevitavelmente uma maior difusão dos diversos tipos de linguagem que chegam as nossas casas com mensagens, muitas vezes filtrados e condicionados por valores sociais dos proprietários dos meios de produção de linguagens, cuja pretensão é moldar a nossa forma de agir e de pensar.

Autor: Emmanuel França

Retirado do Artigo: “VIVA O LADO COCA-COLA DAS CONQUISTAS": UM ESTUDO SEMIÓTICO

Nenhum comentário:

Postar um comentário